A luta por um campus definitivo da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) em Rondonópolis, iniciada há mais de 25 anos, ganhou novo fôlego com a mobilização do grupo “Unematianos”. Formado em 2023 por estudantes, lideranças comunitárias e representantes da sociedade civil organizada, o coletivo passou a cobrar publicamente o compromisso dos deputados estaduais e federais que receberam votos na cidade.
O grupo exige articulação política, institucional e orçamentária junto ao Governo do Estado e à Reitoria da Unemat para que, enfim, Rondonópolis tenha um campus estruturado, com sede própria, servidores efetivos e condições adequadas de funcionamento. Para os integrantes do movimento, a ausência de planejamento e investimentos representa um descaso com a cidade, que é a terceira maior do estado e ainda opera com um núcleo universitário provisório e limitado.
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Na linha de frente da mobilização está a líder comunitária Hilda Alencar, que reforça a importância da criação da Frente Parlamentar em Defesa da Unemat de Rondonópolis, proposta pelo deputado estadual Sebastião Rezende. “Já se passaram 25 anos de espera. Em 2013, houve um compromisso institucional com a criação do campus. Está tudo registrado nos sites oficiais da Assembleia Legislativa e nos jornais da época. O então reitor, Adriano Aparecido Silva, condicionou a instalação à aprovação de uma emenda constitucional que garantisse o repasse progressivo de até 2,5% da receita do Estado à Unemat. A lei foi aprovada, mas, em vez de priorizar Rondonópolis, abriram campi em outras cidades”, relembra.
A frustração se agrava diante do encerramento de cinco dos sete cursos que ainda funcionam no município. Sem um plano de continuidade ou transparência institucional, cresce o temor de que a presença da Unemat na cidade desapareça lentamente. O movimento denuncia que Rondonópolis sequer aparece no planejamento estratégico da universidade.
Entre os apoiadores da causa, a indignação é clara. João Moraes, pai de um estudante do ensino médio, desabafa:
“A Unemat em Rondonópolis virou novela. Até agora, nenhum deputado resolveu. Enquanto isso, políticos do nortão estão levando tudo. Quanto custa um campus definitivo? Será que nenhum fiscal do povo sabe? Se o orçamento do Estado ultrapassa R$ 36 bilhões, por que não se resolve essa situação? A gente já paga impostos demais. Não dá mais para viver de emenda parlamentar e ajuda de prefeitura. Tem que resolver isso de vez”, cobra o pai .
A mobilização deve se intensificar nos próximos meses, com atos públicos, reuniões e cobranças diretas aos parlamentares. O grupo reforça que Rondonópolis, uma cidade estratégica no desenvolvimento econômico e educacional do estado, precisa e merece uma sede definitiva da Unemat, com cursos permanentes, ampliação da oferta acadêmica e respeito à população que construiu a universidade com luta e esperança.
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