Rondonópolis está vivendo um verdadeiro colapso sobre rodas. O que antes era apenas congestionamento virou sinônimo de risco, bagunça e falta de planejamento. Acidentes acontecem todos os dias, muitas ruas não têm sinalização, falta fiscalização e há veículos circulando de forma irregular. O resultado é um trânsito perigoso, desorganizado e que expõe a ausência de ação da atual gestão do prefeito Cláudio Ferreira (PL).
De acordo com dados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mais de 3.500 acidentes com vítimas acontecem por ano em Rondonópolis. Só em um fim de semana recente, três pessoas morreram em menos de 24 horas em colisões e atropelamentos. O Ministério Público e o Poder Judiciário já alertaram sobre a gravidade da situação, classificando o trânsito local como um dos mais violentos do país. Mesmo assim, a cidade segue sem um plano de mobilidade urbana atualizado, sem radares funcionando e com poucos agentes de trânsito para fiscalizar o crescente número de veículos.
O próprio prefeito Cláudio Ferreira já admitiu que “o trânsito de Rondonópolis mata mais que o crime organizado”. Apesar disso, pouco mudou na prática. Ferreira prometeu reativar os radares, retomar as blitze da Lei Seca e criar um pátio municipal para veículos apreendidos, mas até agora as ações não saíram do papel.
Basta andar pelas ruas para ver o reflexo desse descaso. Em bairros como Sagrada Família, Parque Universitário e Vila Operária, o trânsito é pesado e confuso. As vias são estreitas, mal sinalizadas e, muitas vezes, esburacadas. Motociclistas passam entre os carros, pedestres atravessam onde conseguem e cruzamentos sem semáforos viram verdadeiras armadilhas. A falta de calçadas seguras, ciclovias e iluminação adequada aumenta o perigo, principalmente para idosos, pessoas com deficiência e mães com carrinhos de bebê.
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Para especialistas, o problema é estrutural e antigo. O morador Ademar Lopes relata: “Rondonópolis cresceu sem planejamento. Falta pensar o trânsito de forma inteligente e com metas de longo prazo”. Ele defende que a cidade precisa de um plano de mobilidade urbana participativo, feito com a ajuda da população, e cita exemplos de cidades como Sinop e Cáceres, que já começaram a organizar o transporte e as vias com mais eficiência.
Enquanto a prefeitura não age, quem paga a conta é o cidadão. O aumento de acidentes lota os hospitais e as UPAs, gerando gastos extras para o sistema público de saúde. Além disso, o tempo perdido no trânsito afeta o trabalho e a vida das pessoas. “É revoltante. A gente paga imposto, paga estacionamento, mas vive no meio do caos. Todo dia tem batida, engarrafamento e risco de atropelamento”, desabafa Fatima Silva, moradora do Jardim Ipanema.
Especialistas defendem medidas urgentes, como: criar um plano de mobilidade com participação popular, melhorar o asfalto e a sinalização, reativar os radares, implantar ciclovias seguras, reforçar a fiscalização, promover campanhas educativas e organizar melhor o transporte coletivo.
Sem essas ações, o trânsito de Rondonópolis corre o risco de continuar do jeito que está: perigoso, lento e desorganizado. Hoje, o que se vê é uma cidade que parece ter perdido o rumo. A população espera planejamento, transparência e coragem política para resolver um problema que já afeta toda a cidade. Enquanto isso não acontece, o cotidiano dos rondonopolitanos segue marcado pelo som das buzinas, das sirenes e da impaciência.
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