quarta-feira, 28 de maio de 2025, 22:02
MOBILIDADE URBANA

Emanuel tira ‘coelho da cartola’ e cadastra VLT de Cuiabá no PAC

Pinheiro explicou que a obra será 100% com recursos do Governo Federal, por meio da nova fase do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC

Por Redação

08 de janeiro de 2024, 15:13

 

Após “bater o pé” e manter o bloqueio para o início das obras do BRT (Bus Rapid Transit) em Cuiabá, contrariando decisão do Governo do Estado, o prefeito da capital, Emanuel Pinheiro (MDB), surpreendeu a cena política ao anunciar, nas últimas horas, que conseguiu viabilizar, em Brasília, quase R$ 5 bilhões para finalizar o VLT – modal mais moderno, seguro e confortável (em relação ao BRT) – no lado cuiabano do projeto.

O chefe do Executivo municipal anunciou que dará andamento aos trâmites para licitar a obra do modal cuiabano estimado em R$ 5 bilhões. O novo modal aproveitará partes do projeto inicial, que incluía Cuiabá e Várzea Grande, e que já tinha boa parte dos trilhos instalados, mais de R$ 1 bilhão gastos, mas que o Governo do Estado decidiu demolir, pelo menos do lado várzea-grandense, para substituir por um sistema de transporte mais obsoleto.

Segundo explicou Emanuel, o novo projeto não incluirá a cidade de Várzea Grande e o projeto repaginado já tramita no Ministério das Cidades e do Transporte. De acordo com o prefeito, a equipe da Prefeitura de Cuiabá se reunirá com os técnicos federais para acertar os últimos detalhes. Depois disso, Jader Barbalho Filho, ministro de Cidades, visitará Cuiabá para estudo de viabilidade. O recurso, contudo, está encaminhado segundo o prefeito.

“A previsão é que até em março o governo Lula anuncia todas obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas nós já vamos preparar o processo de licitação desde já, para chegar em março com tudo certo e iniciar essa grande obra de modernidade para os cuiabanos. Eu serei apenas o tocador da obra”, disse Emanuel ao Grupo Gazeta.

Pinheiro explicou que a obra será 100% com recursos do Governo Federal, por meio da nova fase do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, que promete injetar R$ 1,68 trilhão em investimentos pelo país até o fim do atual mandato de Lula (PT). Para Emanuel, Cuiabá dará um salto para a modernidade com o VLT, o que não aconteceria com o BRT.

“Brigo pelo VLT desde 2011, quando era deputado estadual. O VLT é um modal da modernidade, com sustentabilidade, de desenvolvimento urbano, de qualidade vida. A nossa contrapartida será o investido no projeto anterior do VLT, como a melhoria asfáltica da prainha, as licenças ambientais, as desapropriações feitas e o aproveitamento que já foi feito do VLT na prainha, avenida Fernando Correa e Avenida do CPA”, concluiu.

Aliado estratégico

O deputado Emanuelzinho (MDB), que ajudou na viabilização do projeto, explicou que as negociações foram feitas junto ao secretário executivo do Ministério das Cidades, Hildo Rocha (MDB), que já havia visitado o VLT no estado ainda como presidente da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, em 2022.

Após o cadastramento do projeto inicial no sistema, feito no fim do ano passado, o representante ministerial teria aprovado previamente e solicitado uma requalificação do projeto. “O Governo Federal viu como absurdo abandonar uma obra de mobilidade urbana com 70% dela já consolidada. Por isso essa obra entrou como prioridade”, explicou Emanuelzinho, que é vice-líder do Governo Lula no Congresso Nacional. Segundo ele, agora é esperar a visita dos técnicos do Ministério das Cidades para que eles possam analisar a viabilidade técnica do modal com novo traçado.

“Abandonar o VLT foi um erro do governador Mauro Mendes que por questões políticas decidiu vetar um modal de transporte moderno e eficaz para a população cuiabana e várzea-grandense. A política tem que ser maior que isso. Temos que deixar o interesse público sempre acima dos individuais”, completo do deputado federal.

Novo traçado

O novo VLT Cuiabano deverá custar aos cofres públicos o montante exato de R$ 4.968.750 e terá novos trechos que ampliarão o projeto inicial. Contudo, irá excluir os aproximadamente cinco quilômetros que uniriam a capital até o Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande. Nesse trajeto, já estão sendo tocadas as obras do Bus Rapid Transit (BRT),, que foram iniciadas pelo Governo do Estado no começo de 2023.

No novo projeto, o modal, que suprimiu Várzea Grande, será estendido até o Distrito Industrial – no trecho Coxipó. O projeto original do VLT possuía 22.180 metros e 33 estações, enquanto no projeto reestruturado pelo município de Cuiabá o VLT possuirá 23.125 metros.

Serão três terminais de integração, uma estação de conexão e 32 estações de transbordo. Desta forma, conforme o projeto apresentado ao PAC, serão dois os corredores estruturantes do Sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT): a linha 1 – Porto/CPA e a linha 2 – Centro/Distrito Industrial.

Para sua execução, o novo VLT necessitará de aporte por parte do Governo Federal do montante de R$ 4.9 bilhões. A base de cálculo do montante leva em consideração: o valor de R$ 150 milhões por km construído, incluindo as estações (17,775 km). Totalizando R$ 3.4 bilhões.

Além disso, ainda será necessária a construção do Centro de Controle de Operações (CCO), das oficinas e manutenção do sistema, que custarão R$ 500 milhões, além da aquisição de material rodante e equipamentos para a CCO no montante de R$ 1 bilhão.

Os 280 vagões que já estão há 10 anos no estado aguardando para entrar em funcionamento deverão então, enfim, transportar os cidadãos, o que deve embargar a venda dos mesmos ao Governo da Bahia, em operação que estava sendo tocada pelo Governo do Estado.

Ao todo, o prejuízo bilionário com a decisão de ignorar tudo que já havia sido construído e gasto com o VLT, se aproximaria perto, na verdade, a próximo de R$ 2 bilhões, com toda burocracia e encerramento de operações bancárias que o Governo do Estado teve que executar para poder lançar o BRT.

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