A Festa das Nações, que hoje mobiliza centenas de voluntários e milhares de participantes em Rondonópolis, surgiu de uma necessidade concreta: arrecadar recursos para construir uma comunidade terapêutica voltada à recuperação de pessoas em situação de dependência química e alcoólica. A iniciativa teve início há cerca de 15 anos, quando o casal fundador João Paulo e Giane e os cofundadores da comunidade Divina Providência, juntamente um grupo grande de voluntários, identificaram a ausência de uma instituição com esse perfil no município.
Para viabilizar a obra, foi estimado que seriam necessários R$ 1,5 milhão. A proposta de realizar a Festa das Nações surgiu como uma das formas de mobilização social e arrecadação de fundos para esse objetivo.
Além da festa, outras ações foram realizadas, como carneiradas, bazar da pechincha, e campanhas de doações com empresários locais. Em dois anos, a comunidade terapêutica Divina Providência foi construída e passou a funcionar como espaço de acolhimento, com foco na recuperação de pessoas em regime de internação de nove meses.
A inspiração para o modelo da festa veio de outras cidades. O casal Marco Túlio e Adriana, que participava de ações junto ao grupo, trouxe a sugestão após ter contato com eventos similares. A proposta foi bem recebida e rapidamente adotada pela comunidade de fé envolvida com os acampamentos organizados pelo grupo.
Na primeira edição da festa, foram montadas poucas nações, representando diferentes países. Com comidas típicas e atividades culturais, o evento atraiu a atenção do público e passou a fazer parte do calendário da cidade. Desde então, o número de nações e o envolvimento de voluntários só aumentaram.
Os organizadores destacam que desde o início o evento teve caráter beneficente, com o objetivo inicial de levantar fundos para a construção da obra e, atualmente, para sua manutenção. A comunidade terapêutica não recebe financiamento público e depende integralmente das arrecadações realizadas por meio da festa. Com o passar dos anos, a Festa das Nações tornou-se também um espaço de testemunhos. Durante as missas realizadas no evento, pessoas que passaram pelo tratamento na comunidade terapêutica compartilham suas experiências.
Hoje, a festa se mantém como uma das principais ações de sustentabilidade da comunidade terapêutica Divina Providência e mobiliza mais de 800 voluntários a cada edição. Nelson Paulinho e Marlice Blomker, coordenadores do Evento 2025, contam que sua conexão com a comunidade Divina Providência começou quando sua filha Ana Paula participou de um acampamento espiritual. “Nós deixamos uma menina e, quatro dias depois, recebemos um anjo de volta. A transformação dela nos impactou. Depois, a outra filha também foi e vivenciou a mesma experiência. Ficamos curiosos para entender o que acontecia ali e, então, decidimos viver isso também. Participamos do Acampamento Sênior e, desde então, passamos a servir com alegria.”

A Festa das Nações, portanto, vai muito além da culinária. É um verdadeiro serviço a Deus. Todo o trabalho, desde a montagem das barracas até a recepção do público, é feito por voluntários da comunidade católica. “Fazemos isso com o coração, para sustentar essa obra que é de Deus. Cada prato servido ali tem um propósito: salvar vidas, resgatar histórias, devolver dignidade”, afirma Marlice.
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Durante os dias do evento, há missas e momentos de oração, onde testemunhos de vida emocionam o público. Ex-internos da comunidade terapêutica compartilham em forma de testemunho na missa que inicia as vésperas do evento, como foram resgatados pelo amor de Deus através da acolhida na casa terapêutica.
A renda arrecadada é 100% destinada à manutenção da Comunidade Terapêutica Divina Providência, que atualmente acolhe 32 homens em tratamento gratuito.
“É uma festa para a cidade, mas acima de tudo, é uma festa para Deus”, conclui Marlice. “É Ele quem conduz, é Ele quem provê, e nós somos apenas instrumentos.”
A 14ª edição da Festa das Nações está
marcada para os dias 6 e 7 de junho de 2025, na Associação dos Amigos da Fundação MT, na Vila Goulart. O evento contará com pratos típicos de 12 países e regiões brasileiras, como Japão, Estados Unidos, Alemanha, Argentina, países árabes, Espanha, Itália, Portugal, México, além das culinárias regionais do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso.
O sistema será “open food”, ou seja, os participantes poderão circular entre os estandes e experimentar à vontade as comidas típicas de cada nação.
A expectativa é receber cerca de 4 mil pessoas por noite, com a participação de aproximadamente 800 voluntários. Os ingressos estão à venda nas Farmácias Economize e pelo site: totalingresso.com.
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